Descrição enviada pela equipe de projeto. O desafio programático foi fazer uma casa que permitisse abrigar 18 pessoas confortavelmente dentro de 500 m² construídos (incluindo terraços). Espaços amplos, próprios da arquitetura local. Todos os dormitórios com seu banheiro, escritório e/ou biblioteca e estar - jantar - cozinha em um só espaço. Casa que será uma segunda habitação para ser usada de forma intermitente na época do verão.
O arquiteto reconhece que um dos grandes desafios seria o acesso difícil e a superfície horizontal escassa, tendo a maior parte do terreno uma inclinação entre 45 e 70 graus. Assim foi feito um levantamento topográfico extremamente preciso, a ser consultado desde as fundações até as coberturas verdes. A curva de nível natural da encosta da colina influenciou não só o reforço estrutural da obra, mas também a distribuição programática de seus espaços. É possível notá-la, por exemplo, na continuidade da superfície natural da colina na área de estar da casa.
Propõe-se enterrar a casa como ação visual. Esconder o volume geral da obra na geografia natural existente para suavizar o impacto volumétrico ao perceber o paradisíaco entorno natural existente, mas sempre buscando destacar este entorno desde seu interior até o usuário; "Desaparecer para aparecer".
Uma grande parte dos revestimentos do "Refúgio Habitável" é a pedra extraída da mesma escavação. As fôrmas do concreto à vista foram feitas em pinho, que junto com a madeira nativa traz aconchego, criando um ambiente rústico que permite suavizar o contraste textura-cor com seu entorno, mas sem abandonar o "moderno".
A ação de enterrar a obra não é só estética, mas sustentável. As coberturas verdes permitem um maior isolamento térmico. Sua fachada posterior de contato com a pedra da colina gera resfriamento por "inércia térmica", que consiste em um fenômeno físico básico: "A temperatura de um corpo de volume menor se iguala à de um corpo de volume maior quando em contato". Para tornar isto possível sem os danos construtivos que pudessem ocorrer, foram utilizados métodos de impermeabilização altamente sofisticados. Em outras palavras, o refúgio não precisa de um sistema de resfriamento mecânico, é uma parede de contenção em si.
A partir do entendimento geral de que onde há uma boa administração há eficiência energética, ou seja, a carga de consume diminui, incorporou-se a automação residencial ao projeto, para uma abordagem ecológica. É um sistema inteligente de integração que basicamente apresenta uma rede estruturada que permite controlar a iluminação, componentes de entretenimento (som, regulação da temperatura da Jacuzzi à distância) e segurança (válvulas, câmeras, alarme, etc) a partir de qualquer ponto da casa e fora dela, gerando conforto e economia de energia.